quinta-feira, 21 de maio de 2020

Quebra-pedra ou erva-pombinha

É muito comum encontrarmos essa planta em nossa região, planta que nasce em locais como quintais, calçadas e até em algumas frestas em meio ao concreto.

Novamente entre as situações muito comuns de surgimento de espécies fora de qualquer planejamento, apareceu uma planta que achei interessante e acionei os colegas para compartilhar a busca por identificação e, consequentemente, avançar um pouco no conhecimento sobre a mesma.

Alguns colegas de grupos das redes sociais identificaram como pedra-pedra e que estranhei por ser diferente do que habitualmente identificava como tal, mas as participações são indispensáveis ao sucesso de nossas buscas e pesquisas relacionadas. Enfim, constatamos que existem muitas plantas identificadas como quebra-pedra e o exemplar em questão tratava-se de uma Phyllanthus tenellus, ou seja, apenas mais uma de várias das espécies com mesma identificação popular.







Ficamos em dúvidas quanto ao quebra-pedra mais comum pela região, pois se fizerem uma pesquisa sobre Phyllanthus niruri ou P. amarus Schum. & Thonn perceberão referência à mesma planta. Para interação do leitor, sugiro efetuar esta pesquisa para constatações. Apresentamos abaixo uma imagem de terceiros e mesmo não sendo uma exclusividade na imagem a percebemos muito familiar. Clicando na imagem, esta a conduzirá à fonte da mesma. Salientamos que trata-se apenas de uma escolha entre muitos registros disponíveis encontrados na internet conforme sugerimos neste parágrafo.


Phyllanthus amarus Schumach. & Thonn. | Species | India ...


"Identificaram-se sete espécies comercializadas como quebra-pedras em Porto Alegre: Euphorbia prostrata e E. serpens (Euphorbiaceae), Phyllanthus niruri e P. tenellus (Phyllanthaceae), Desmodium incanum (Fabaceae), Cunila microcephala (Lamiaceae) e Heimia salicifolia (Lythraceae). Destas, as espécies de Phyllanthus e Euphorbia são as que apresentam maior semelhança morfológica quando comercializadas secas e fragmentadas." (Revista Brasileira de Farmacognosia)

Em nossa pesquisa descobrimos que o gênero Phyllanthus é composto de imensa variedade conforme descrito em Attena - repositório digital da UFPE.

"O gênero Phyllanthus L. (Phyllanthaceae) compreende cerca de 800 espécies, com distribuição em diversas regiões tropicais do mundo. No Brasil, está representado por mais de 100 espécies, amplamente distribuídas em diferentes ambientes. Destacam-se no Brasil as espécies conhecidas como quebra-pedra, arrebenta-pedra ou erva-pombinha, entre elas P. niruri L., P. amarus Schum. & Thonn. e P. tenellus Roxb., reconhecidas popularmente por suas propriedades diuréticas, sendo utilizadas na eliminação de cálculos renais e outras atividades."

Uma curiosidade surgida durante a pesquisa foi uma planta que costumamos observar identificarem como uma pitangueira (Eugenia uniflora L.), mas que também é uma espécie de Phyllanthus a phyllanthus acidus.

അരിനെല്ലിക്ക.jpg


Sugestões de leitura para aprofundamento nos links disponíveis abaixo:




terça-feira, 19 de maio de 2020

Pariparoba ou capeeba

No convívio dos apreciadores de plantas, é muito comum os intrigantes surgimentos de plantas dividindo espaços em jarros, canteiros de jardins, ... As múltiplas justificativas para os motivos do surgimento de especies inesperadas exigem especulações afins, entre elas citamos a eventual presença de sementes nos próprios substratos ou via mecanismos naturais de dispersão.

Para contribuir com com informações mais formais, citamos alguns tipos de dispersões de plantas.

O conjunto de processos pelos quais sementes e frutos são dispersos ou transportados, à maior ou menor distância da planta-mãe, é definido como síndrome de dispersão. Existem quatro principais grupos de síndromes: 

1) Zoocoria- dispersão realizada por diferentes grupos de animais;

2) Anemocoria - síndrome cujo principal agente dispersor é o vento;

3) Autocoria– as sementes são dispersas pelas próprias plantas, em que os frutos se abrem por deiscência explosiva e lançam as sementes e

4) Barocoria – dispersão realizada apenas pelo peso do diásporo e por ação da força gravitacional.

Uma destas recentes contribuições foi o surgimento desta pariparoba, obviamente uma identificação a posteriori. Costumo me dedicar a identificação prévia à postagem sobre a mesma. Este exemplar surgiu em um jarro, junto a uma "pata-de-elefante" e especulo que teve origem no substrato adicional, muito comum. O substrato era composto de palmeira de babaçu. Informo que mudei a planta pois costumamos evitar competições, sobretudo disputando espaços restritos como ocorrem nos jarros.

Aguardei a especie se desenvolver para acompanhar a evolução e facilitar a identificação fornecendo imagens e características aos demais colegas em grupos de redes sociais ou, esporadicamente, comentando pessoalmente com colegas, situações mais incomuns atualmente pelo isolamento social exigido. Contudo, indo buscar uma encomenda, uma conhecida comentou brevemente sobre uma planta que nascia na área livre da residencia e que tinha conservado porque era diferente e despertava um certo grau de curiosidade. Esta planta, era coincidentemente da mesma que comentamos. Mas conforme podem conferir nas imagens abaixo capturadas na ocasião e em grau de desenvolvimento bem superior a que eu tinha, já apresentam frutos, ou seja, percebemos que não alcança um porte muito elevado.






Com a ajuda de colegas e a dedicação à pesquisa, conseguimos não só identificar, como também perceber diversas qualidades para as quais destacamos as contribuições para o campo da medicina fitoterápica.

O site greenmel, relata:

"Bom, há duas espécies que são chamadas de pariparoba ou caapeba, seu nome indígena. São estas a Piper umbellatum, nativa da Mata Atlântica e Piper peltatum, na Mata Amazônica, também conhecidas como Pothomorphe umbellata e P. peltatum – estas são espécies correlatas em uso medicinal popular, como se comprova por este estudo da Fiocruz.

As variadas denominações da planta também podem ser conferidas no site Coisas da Roça onde cita:

"Pariparoba (Piper umbellatum) é de origem americana, sendo muito popular na América Central; além de conhecida popularmente por caapeba, catajé, capeua, capeba, caapeba, pariparoba-do-mato, pariparova e periparoba."


Para quem desejar se dedicar a leitura e aprofundar conhecimentos sobre a mesma, deixamos aqui algumas sugestões. Aos interessados, destacamos que as leituras serão certamente proveitosas, pois o universo de indicação para uso medicinal da planta é amplo e muito requisitado, sobretudo em nossa região.







Paricá ou guapuruvu-da-amazônia


Costumo fazer associações às circunstância com que se apresentam algumas situações relativas a apreciação de plantas. A mais intrigante é a identificação de uma arvore comum no sítio Trindade, 
mas reservo o comentário a postagem especifica sobre o angico-branco ou farinha-seca (Anadenanthera colubrina) popularmente associado ao paricá, entretanto, cientificamente distintos.


Em 2008, acompanhamos um projeto desenvolvido na escola Centro de Ensino Bandeira Tribuzzi - CAIC em Santa Inês-MA. O projeto previa algumas ações que favoreciam o meio ambiente com intuitos de promover o bem estar nos ambientes que fazem parte do nosso convívio mais frequente. Uma destas ações era composta pelo plantio de arvores com agradáveis características visuais e entre elas estava uma muda de paricá. Para não ignorarmos, lembro bem de algumas variedades de ipês, uma muda de oiti, uma de paricá, uma de flamboyant, uma teca, algumas mudas de palmeira imperial e outras, perfazendo o inesquecível total de 22 mudas adquiridas através de doações de professores da instituição que contribuíram financeiramente para esta aquisição.

Pesquisas foram realizadas para escolha das arvores, com apresentações de imagens para constatarmos a aparência das mesmas com vistas a conferir uma paisagem agradável e sombras a área livre da escola. Infelizmente, a maioria não resistiu, restando uma teca, uma palmeira imperial e poucos ipês.


Neste contexto é que surgem as associações citadas no preambulo desta postagem. Pois, ha muitos dias temto lembrar do paricá e em leituras, ontem, assim que li, resgatei a lembrança e decidi publicar sobre esta arvore. Para isto, deixarei imagens para apreciação digital e que esperamos que lembrem do comentário em oportunidades de contemplação real do paricá ou guapuruvu-da-amazônia (Schizolobium amazonicum).

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Imagem relacionada

Para aprofundamentos científicos sobre a planta, recomendaremos algumas leituras em sites, sempre valorizando a dedicação à contribuição pública dos autores.

Centro de inteligência em florestas: http://www.ciflorestas.com.br/texto.php?p=parica

Arbóreonet: http://www.arboreo.net/2012/12/parica-schizolobium-amazonicum.html4

Laboratório de manejo florestal: https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/12568-2/